quarta-feira, 13 de maio de 2009


'' EDDY LIMA & ASSIS ÂNGELO...
Texto gentilmente cedido pelo Jornalista e Escritor: “ ASSIS ÂNGELO ''

CRONOLOGIA DE LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO

Gonzaga foi um artista esperto que conhecia a fundo a história da curva do vento e a máxima óbvia de que dois corpos não ocupam um mesmo espaço.
Sua criatividade o salvou da perdição do Rio de Janeiro da metade do século passado, entre rufiões, prostitutas e traficantes que faziam ferver a região do Mangue.
Porém como ser humano, ele não perdeu a ternura; e na intimidade, foi um homem comum que ria, que chorava, que sonhava, que andava com naturalidade; sem medo, sem escolta, sem guarda-costas, ao contrário do que ocorre nestes tempos bicudos com as estrelas fabricadas nos laboratórios da indústria fonográfica.
Conto alguma coisa a respeito.
Lembro o político sem mandato, de pensamento confuso. O coronel de comportamento brando, paternalista, que gostava de ajudar sanfoneiros em início de carreira, entre os quais o mais famoso e bem-sucedido deles, Dominguinhos.
Na verdade, Gonzaga gostava de ajudar a todo mundo. Participou de várias campanhas em prol dos flagelados da seca e das enchentes no Nordeste. Até uma fundação, Fundação Vovô Januário, ele fundou na segunda metade dos anos de 1980 para ajudar as mulheres judiadas pela Natureza e pelos homens. Ajudou o quanto pôde, de criança a adulto.
Gonzaga era conservador aos moldes sertanejos. E antigos. Pesado. Bastava ouvir suas músicas. Ele fazia lá suas reservas ás coisas mais simples, como o biquíni, os “ transviados '' , como se dizia nos anos de 1960. No seu Xote dos Cabeludos, composto com José Clementino, em 1975.
Na vivência do seio familiar, foi uma pessoa de difícil trato. Ao mesmo tempo que acarinhava, batia na mesa, forte. Foi assim com Gonzaguinha, foi assim com Rosinha. Uma vez suspendeu a mesada do filho só porque ele entendia não ter atenção. Doeu dos dois lados. Mas ele ficou na dele, não deu o braço a torcer. Tanto que só dividiriam um mesmo palco, assim mesmo nas faculdades ( ambiente de Gonzaguinha, economista formado pela Faculdade Cândido Mendes) no final dos anos de 1970. Alguns poucos jornais registraram o acontecimento, em notinhas.
Com Rosinha, foi mais difícil a convivência; tanto que ela guardou mágoa dele até o fim. Não era fácil. Ele amou e desamou a única mulher com quem se casou. Amou outras mulheres; principalmente a última, Edelzuíta.
Politicamente era de direita, mas no dia-a-dia não separava partido de a ou b, que nem preto de branco, pobre de rico. Era respeitoso e acreditava nas coisas do céu.
Para ele, partido bom era o que servia à sua gente, aos seus conterrâneos.
Mas como explicar Vozes da Seca, uma crítica ao poder constituído na forma de verso e música que fez com Zé Dantas?
A Canção sem Protesto que compôs em 1968 e incluiu no LP Canaã seria uma me culpa?
Caso positivo, por que então ele gravaria ainda nesse mesmo ano a canção
Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré, simbolo maior da repressão da época?

Na sua canção, ele declarava:

Meu canto não tem protesto , Meu canto é pra alegrar
Quem tem ódio não canta, E nem quero ouvir cantar....

Na canção de Vandré, ele fazia coro junto a uma parcela representativa dos estudantes da época:
Vem, vamos embora, Que esperar não é saber.
Quem sabe faz a hora, Não espera acontecer....

Luiz Gonzaga foi uma figura emblemática. Porem não é isso o que pretendemos mostrar aqui, tampouco traçar o perfil psicológico dele.
O que pretendemos nas páginas seguintes é mostrar a sua trajetória e a obra que construiu em 45 anos de carreira ao lado de parceiros competentes como Miguel Lima, Humberto Teixeira e Zé Dantas. Mais: mostrar a perseverança de um cidadão semi-analfabeto que tinha até vergonha de dar autógrafos por não saber escrever direito, mas que, mesmo assim, ganhou o Brasil -e o mundo - através do seu talento e simpatia.
Luiz Gonzaga deixou uma obra extraordinária, um legado riquíssimo, uma história.

É essa história que pretendemos contar.

ALCIDES FILHO (Proprietário da VENTANIA DISCOS) EDDY LIMA e ASSIS ÂNGELO...

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO



ASSIS ÂNGELO e LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO ( O REI DO BAIÃO )

1912 - Sexta-feira, 13 de dezembro: nasce na fazenda Caiçara do todo-
poderoso Gualter Martiniano de Alencar, Barão de Exu, o segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus.
1913 – No dia 5 de janeiro é batizado pelo padre José Fernandes de Medeiros, com o nome de Luiz, por ser Dia de Santa Luzia; Gonzaga, por ser o sobrenome do santo Luís, e Nascimento, por ser o mês que Jesus Cristo veio ao mundo.
1920 - Substitui sanfoneiro numa festa tradicional na fazenda, a pedido de amigos do pai. Toca a noite toda e, pela primeira vez, recebe o que hoje se chama cachê: 20$000. Os convites para animar festas - ou sambas, como se dizia na época – se tornam freqüentes. Antes de completar 16 anos se torna conhecido em boa parte da região, de Canoa Brava e Viração, de Bodocó a Rancharia, como lembraria depois num xote de sua autoria e Humberto Teixeira..
1924 - Cheia do Rio Brígida provoca mudanças ás pressas da família para uma fazenda de nome Várzea Grande, no Araripe, Pernambuco. Essa cheia é comentada até hoje na região.
1926 – É comprada em Ouricuri, PE, pelo coronel Manoel Aires, o Sinhô Aires, a sua primeira sanfona, de marca Veado. Nesse ano ele passou a tocar sozinho, sem a companhia do pai.
1929 - Vira escoteiro e se apaixona por uma garota a contragosto da mãe, de quem leva uma surra e foge de casa, para o Crato. Alista-se no Exército e passa a servir no 22° Batalhão de Caçadores.
1930 - Estoura a revolução, tendo como estopim o assassinato de João Pessoa, na capital pernambucana. Pessoa era candidato à vice-presidência da República na chapa do gaúcho Getúlio Vargas. O soldado Nascimento segue em missão militar para o interior da Paraíba, depois Pará, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro e Campo Grande, MS.
1933 - Participa de concurso para sanfoneiro numa unidade do Exército em Minas e é reprovado, por desconhecer a escala musical. Vira tambor-corneteiro e ganha o apelido de Bico de Aço.
No começo do ano da baixa do Exército e segue para o Rio de Janeiro, depois de passar por São Paulo e adquirir uma sanfona branca, de 120 baixos. Setembro: explode a 2ª Grande Guerra e o Brasil é invadido pela música norte-americana.
1940 – Conhece o guitarrista português Xavier Pinheiro. Para sobreviver, tira na sanfona todo tipo de música, do blues ao fox trot. Imita
da época, como Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva. Passa a se apresentar nos programas de calouros de Silvino Neto e Ary Barroso.
1941 - No dia 5 de março entra pela primeira vez num estúdio para participar da gravação de um disco, do humorista Genésio Arruda. Nove dias depois ele próprio começa a gravar seus primeiros discos. Nos quatro anos seguintes totaliza 24 discos de 78 rpm gravados no currículo, com choros, valsas e mazurcas. Esses discos são lançados pela victor.
1942 - O jornalista e compositor Aldo Cabral o saúda em reportagem na revista Vitrine: “ Luiz Gonzaga, o Virtuoso do Acordeon '' . O Brasil declara guerra à Alemanha e a seus aliados.
1943 - Começa a se apresentar fora do Rio. Sua primeira temporada é num cassino em Curitiba, onde permanece por um mês e meio. É saudado como “ O maior acordeonista brasileiro '' .
1944 – O radialista Paulo Gracindo espalha pela Rádio Nacional o apelido “ Lua '' , criado por Dino 7 Cordas, por causa de seu rosto arredondado. Ataúlfo Alves e Mário Lago são os destaques do ano, na área musical, com Atire a Primeira Pedra.
1945 - Conhece o advogado Humberto Cavalcanti Teixeira. Grava um disco no qual, além de tocar, cantar Dança Mariquinha, a primeira música composta em parceria com Miguel Lima (seu primeiro parceiro). Chama a atenção pelo timbre. Nesse ano, e de novo em parceria com lima grava Penerô Xerém e Cortando o Pano. Nasce no Rio de Janeiro, a 22 de setembro, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, filho da dançarina Odaléia Guedes dos Santos, que conhecera num dancing, já grávida. Dois meses depois do nascimento, Gonzaga manda foto autografada para os pais Januário e Santana, onde se lê: “ Para o vovô e vovó com um beijinho do netinho aos 2 meses, com um abraço da Léa e a benção do papai. Luiz Gonzaga do Nascimento '' .
1946 - Compõe a primeira de uma série de 20 músicas feitas com Teixeira, uma delas No Meu Pé de Serra. O sucesso é imediato. Seu nome começa a correr mundo: Europa, EUA, Japão. Além de No Meu Pé de Serra, compõe com Teixeira Baião, Asa Branca, Juazeiro, Légua Tirana, Assum Preto, Paraíba e Respeita Januário. A parceria dura até 1950, quando o parceiro é eleito deputado federal pelo Ceará. A mãe Santana e a irmã viajam num navio a vapor até o Rio de Janeiro, para rever o filho 16 anos depois.
1947 - No mês de março grava Asa Branca, que rapidamente se torna um de seus maiores sucessos. Nesse ano, os destaques musicais são, além de Asa Branca, Pirata da Perna de Pau e Eu Quero é Rosetar, de João de Barro e Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, respectivamente. Viaja pela primeira vez de avião. Em Recife faz um comercial para as Casas Pernambucanas e com o cachê compra o primeiro automóvel, uma Nash, que despacha de navio para o Rio.
1948 - No dia 16 de junho casa-se na Igreja Nossa Senhora de Aparecida, no Rio de Janeiro, com Helena Neves Cavalcanti, com a aprovação da mãe, Santana. Helena era uma fã e por muito tempo cuidou da sua correspondência nas emissoras de rádio pelas quais passou.
1949 - Conhece o médico José de Souza Dantas, em Recife-Pernambuco, e se torna o seu parceiro. Lança Juazeiro, de sua autoria e Humberto Teixeira, de inspiração folclórica, em outubro. Nesse mesmo mês, no dia 4, é barrado à entrada do auditório da Rádio Gazeta de São Paulo, “ A Emissora da Elite ''.
1950 – Grava a toada Assum Preto e o Baião Qui Nem Jiló. Seguem-se outras gravações e apresentações públicas. Está no auge da carreira.
1951 - Em maio, sofre um acidente de carro e quebra seis costelas e a clavícula. Seus companheiros, o zabumbeiro João André Gomes, o Catamilho, e o tocador de triângulo Zequinha, sofrem escoriações generalizadas.
1952 – A rainha do baião, Carmélia Alves, apresenta o maestro Hervê Cordovil. Os dois viram parceiros.
1953 – Enfrenta problemas com Zequinha e Catamilho, que o abandonam. Para preencher a lacuna, contrata Oswaldo Nunes Pereira e Jurai Nunes, batizados de Xaxado e Cacau. Xaxado ganharia outro apelido: Salário Mínimo, por causa da sua pequena estatura física. Neste mesmo ano, compõe com Zé Dantas e grava a pungente “ Vozes da Seca '' , ABC do Sertão – este é o ano de uma grande seca no Nordeste. Com Hêrve Cordovil compõe “ Vida do Viajante '' , que Gonzaguinha recriaria em 1979. para surpresa do pai, que nem se lembrava da letra.
1954 – É assassinado a tiros o seu primo vaqueiro Raimundo Jacó. Conhece Dominguinhos, o Neném, com 14 anos, em Garanhuns, Pe. Ele fazia parte de um trio musical, Os Três Pingüins, formado pelos irmãos Valdo e Morais.
1955 – Conhece outro trio, Patrulha de choque Luiz Gonzaga, formado por Marinês, seu marido Abdias e cunhado Chiquinho. No ano seguinte Marinês é coroada Rainha do Xaxado, na Rádio Mayrink Veiga. Esse trio termina para dar vez ao grupo Luiz Gonzaga e seus Cabras da Peste, que morre no nascedouro por implicância de Helena, com ciúmes.
1956 - A cantora japonesa Keiko Ikuta grava Paraíba, versão de Kikuo Furuno e Baião de Dois. Nesse ano, decide adotar uma criança: Rosa Maria . Ele era estéril.
1960 - Morre a mãe, vítima do mal de Chagas. O pai volta a se casar, com a aprovação do filho famoso. A escolhida é Maria Raimunda de Jesus, de 32 anos, parente em grau distante. Participa da campanha de Jânio Quadros à Presidência, de graça.
1961 – Sofre novo acidente de carro e entra para a maçonaria. Jânio, eleito por uma enxurrada de votos, renuncia ao cargo sete meses depois. Pouco antes, compusera com Lourival Passos a canção Alvorada da Paz, em homenagem a Jânio.
1962 - No dia 11 de março, aos 42 anos, morre o poeta, médico e folclorista Zé Dantas (em um acidente de carro ) no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano conhece João Silva, de quem se torna parceiro.
1963 - Grava A Morte do Vaqueiro, parceria com Nelson Barbalho, e conhece o poeta popular cearense Patativa do Assaré, de quem grava, no ano seguinte, a toada A Triste Partida. Quase 13 milhões de brasileiros decidem em plebiscito pela volta do sistema presidencialista. A campanha no rádio é feita por Bibi Ferreira, Altamiro Carrilho e muitos outros artistas.
1968 - O apresentador de rádio e TV Carlos Imperial espalha o boato de que o conjunto inglês The Beatles gravara Asa Branca. Jornais e revistas da época ecoam o boato, como a Melodias (Ano XVI, n° 133), nas páginas 95 e 96.
Conhece numa festa de São João a advogada Edelzuíta Rabelo (foto). O general Costa e Silva assina o AI-5. Geraldo Vandré levanta o público do Maracanãzinho ao apresentar a canção de sua autoria Pra não Dizer que não Falei de Flores.
1971 - No terceiro domingo de julho foi celebrada pela primeira vez a Missa do Vaqueiro em memória de Raimundo Jacó, Torou-se tradicional. Missas idênticas são realizadas em várias partes do País, como em Monte do Carmo, TO; Itainópolis, PI; Pinhão, SE...
1972 – Pelas mãos de Capinam, apresenta o espetáculo Luiz Gonzaga Volta para Curtir, no Teatro Tereza Rachel, no Rio. Pela primeira vez ele enfrenta um platéia formada basicamente por estudantes.
1973 – Rompe contrato de 32 anos com a RCA e vai para a EMI-Odeon, onde grava 26 músicas inéditas, em dois anos. O responsável por sua nova contratação é o compositor Fernando Lobo, que no início da carreira o proibira de cantar, na Rádio Tamoio. Recebe o título de Cidadão Paulista.
1975 - Uma música sua e de José Clementino, Capim Novo, é inserida, pela primeira vez, numa trilha sonora de novela, Saramandaia (da TV Globo).
1978 - Dia 11 de junho morre Januário José dos Santos. No ano seguinte, lança o LP Eu e Meu Pai. Também nesse ano morre Humberto Cavalcanti Teixeira.
1979 - Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha, grava A Vida do Viajante.
1980 - Na capital cearense canta para o Papa João Paulo II, que agradece,
dizendo: “ Obrigado, Cantador ''. Fica envaidecido. Nesse mesmo ano retribui
a gentileza compondo com o padre Gothardo a canção Obrigado, João Paulo. Participa de temporada musical promovida pela Souza, ao lado de Clara Nunes, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, João Nogueira e João Bosco. Passa a ser chamado de Gonzagão, a partir de um artigo escrito pelo jornalista Dirceu Soares, da Folha de São Paulo.
1984 – Recebe o primeiro Disco de Ouro, pelo LP Danado de Bom. Ganha também o Prêmio Shell.
1985 – Com o LP Sanfoneiro Macho volta a ganhar um Disco de Ouro. É também agraciado com o troféu Nipper de Ouro. Além dele, só Nelson Gonçalves recebeu esse prêmio no Brasil, pelo conjunto da obra. Nos Estados Unidos, Elvis Presley.
1986 – Vai à França pela segunda vez, a primeira foi em 1982. No dia 6 de julho participa de espetáculo que reúne cerca de 15 mil pessoas no Halle de la Villete. Presentes Alceu Valença, Fafá de Belém, Moraes Moreira e Armandinho, entre outros artistas que integravam o Coleurs Brésil.
1988 – Volta a assinar contrato com a RCA Victor. Em junho entra com pedido de desquite, se separa da mulher Helena, e passa a viver com Maria Edelzuita Rabelo.
1989 - No dia 21 de junho é internado no Hospital Santa Joana, em Recife-PE. Morre às 05:15 do dia 02 de agosto, aos 76 anos de idade. Mas a vida é um ciclo, e como tal tudo acontece. As pessoas nascem, vivem e morrem.
Na manhã de 2 de agosto de 1989, aos 76 anos de idade, Luiz Gonzaga do Nascimento partiu para a eternidade depois de 42 dias de sofrimento no Hospital Santa Joana, em Recife-PE. Ele sofria de osteoporose “ uma doença que provoca a descalcificação dos ossos '' , segundo os médicos. Para agravar ainda mais o seu quadro clínico, o artista teve uma infecção urinária, pneumonia e hidrocefalia. Ele perdeu a consciência no penúltimo dia do mês de julho.
Durante todos esses dias ele não recebeu nenhuma visita da filha Rosinha, e algumas vezes chegou, nos seus delírios, a chamar o nome de Gonzaguinha.
Exatos 15 dias antes do seu passamento, ele fizera a última apresentação pública no Teatro Guararapes, em Recife-PE, sentado numa cadeira de rodas, tendo ao lado, o tempo todo, zelando por seu bem estar, a companheira Edelzuíta Rabelo e o médico Paulo Almeida.
No palco do teatro Gonzaguinha, Alceu Valença, Nando Cordel, Dominguinhos, Marinês entre outros artistas cantando músicas suas.
Contrariando ordens médicas, ele pediu um microfone e falou em tom de despedida:
-Terminou, mais quero dizer algumas palavras. Agradeço ao meu querido amigo e professor Aldemar Paiva. Tem outros nomes que eu não vou esquecer nunca: Dominguinhos; Waldonys, sanfoneiro da nova geração; Pinto do Acordeon e toda essa turma boa do Nordeste. Ninguém vai acabar com o forró.
Não vai porque essa é a música do povo.
Disse também que queria ser lembrado como um sanfoneiro que amou e cantou o seu povo, o sertão, “ que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor ''.
Noutra ocasião, disse que decidira dar continuidade à carreira depois que percebeu “ que cantar as alegrias e tristezas do homem da terra é também uma forma de ajudá-lo a conhecer seus problemas ''.
Ainda no teatro, conseguiu dizer:
Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor.
Foi aplaudido de pé por cerca de cinco minutos, por um público estimado em três mil pessoas, que lotava o teatro.
1991 – Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, morre na manhã do dia 29 de abril, na BR-230, altura do Km 30, entre os municípios de Renascença e Marmeleiro, a sudoeste do Paraná, a mais ou menos 400 quilômetros de Curitiba, quando dirigia um Monza F-4000, que bateu de frente com um caminhão. O empresário Renato Manuel Duarte, que o acompanhava, sobreviveu após sofrer traumatismo craniano.
2005 – No dia 12 de março morre Edelzuíta, de parada cardíaca. Para homenagear o Rei do Baião, neste mesmo ano foi criado o Dia Nacional do Forró (13 de dezembro), através de um projeto de lei apresentado em 2001 no Congresso Nacional pela deputada federal, por São Paulo, Luiza Erundina. Luis Eduardo Greenhalgh , à época também deputado federal, ajudou nos trâmites legais que resultaram na aprovação final pelo Senado e pela Câmara e na promulgação do presidente da República, “ Luiz Inácio Lula da Silva ''. A justificativa apresentada para a aprovação, na ocasião, foi: “ O forró não pertence mais só ao Nordeste, pertence a todo o Brasil ''. E o baião, também. A Lei, federal, foi publicada no Diário Oficial da União dois dias depois de promulgado pelo presidente da República, nos seguintes termos:
Lei n° 11.176, de 06 de setembro de 2005, institui o dia 13 de dezembro como o “ Dia Nacional do Forró ''.
O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° Fica instituído o dia 13 de dezembro como o “ Dia Nacional do Forró '', em homenagem à data natalícia do músico Luiz Gonzaga do Nascimento, o “ Rei do Baião ''. Art. 2° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 06 de setembro de 2005; 184° da Independência e 117° da República. “ LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA '', João Luiz Silva Ferreira . D.O.U. De 8.9.2005.
. promulga o Dia Nacional do Forró, em sua homenagem. Em todo o País a data é comemorada.
2006 – Todas as unidades do Centro de Educação Unificado (CEUs) de São Paulo recebem o espetáculo Lua do Sertão, sobre a música popular a partir do baião. Foi visto por cerca de 30 mil pessoas.
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. Pesquisa feita por '' EDDY LIMA '' , nos Livros : “ EU VOU CONTAR PRÁ VOCES e DICIONÁRIO GONZAGUEANO, de A a Z '' de autoria do grande Jornalista, Radialista, Escritor, Compositor, Poeta e Pesquisador da MPB ( ASSIS ÂNGELO ) ***** Francisco de Assis Ângelo *****
Nascido em 07 de Setembro de 1952 – João Pessoa – Paraíba – PB
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'' CENTRAL. EDDYLIMA SHOW ''









Um comentário:

  1. Eddy Lima, camarada Marechal do Baião, o mundo perdeu um político mas ganhou um artista brasileiro, cantando o que o povo quer ouvir!Alcides

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